quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Verso do Anverso


Trago em minha pele marcas de ranhuras que as falsas rosas fizeram, tentando sem sucesso envenenar minha alma, cegando-me pela eternidade.

Com minha busca incessante, descobri que não adiantava mais procurar. Meus esforços eram ínvios à vitória. O desgaste tornou-se onipresente. O veneno alcançara minhas veias.

Mas como posso desistir de procurar o encanto da rosa, se estou a buscar o aroma mais inebriante que existe?

Adentro-me num jardim com inúmeras flores, lindas, perfumadas, maldosas, exóticas, mas não atraentes. Por algumas estendi meu olhar por um pouco mais de tempo, mas faltava algo, não me sentia realizada, feliz não me preenchia.

Ao observar o horizonte, notei diante de tantos cheiros um em especial e pus-me a procurá-lo.

A cada passo que dava, sentia-o mais próximo, mais forte, mais vivo em mim onde tudo parecia mais claro.

E lá estava você imperando beleza no verso de um espelho, protegendo-se dos ventos que pudesse despedaçá-la.

Coloquei-me a seu anverso, e tive refletido em minha alma toda a sua pureza e encantamento.

Hoje, tornei-me rosa e ao seu lado finco as minhas raízes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário